segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A SORTE DE UM AMOR TRANQUILO

Permita-se sofrer por algo ou alguém somente até determinado momento de sua vida. Isso faz parte de um processo de cicatrização no qual é necessário ver a ferida fechar para aprender com isso e saber onde pisar num próximo caminho..

Pode parecer frieza ou recalque frente a alguém, mas praticar o desapego é algo necessário, pelo simples fato de que ninguém é esnobado por muito tempo sem criar uma defesa ou até mesmo uma cicatriz. Cedo ou tarde a conta chega.

Parece que somos ensinados a subestimar quem gosta de nós. Tudo que parece muito fácil e a seu alcance perde valor, pois dá a sensação de segurança, de controle. Infelizmente o ser humano é assim. Dá valor a algo somente quando perde a posse ou o controle sobre a situação. Esse é o motivo da vida, querer sempre mais, conquistar o que ainda não conquistamos. Isso vale para o amor e para a guerra.

Aquilo que ganhamos sem suor não tem valor, “no pain, no gain”. De tanto ouvir essa conversa em qualquer lugar levamos o pressuposto de que isso também vale para a vida afetiva. Tem gente que insiste em procurar alguém para sanar a carência e acaba sempre fazendo a escolha errada por não ter paciência ou amor próprio pra encarar o momento certo.

Seja otimista com o passar do tempo de que as coisas podem melhorar, mas realista a ponto de não esperar que algo aconteça como num livro de romance marcado.

Não force a barra, pois toda vez que insistir em alguém que não está interessado na mesma intensidade e sintonia que você, garanto que vai dar errado! Escalar o muro da indiferença é inútil. Dar soco na água, murro em ponta de faca ou qualquer outra atitude estúpida não vai adiantar de forma alguma, pois a burrice é aceita somente num primeiro estágio quando se gosta de alguém. Você toma atitudes das quais sabe que está errado, mas prefere sentir o gosto do veneno do que comer algo sem tempero. Apenas aceite o fato de que passou e pelo menos você arriscou.

Amar não é um campo de batalha, mas pode sim usar-se da mesma estratégia de uma guerra: traçar um limite para o quanto vale a pena o esforço por algo ou alguém. Quem não tem limites sofre além da conta, perde suas forças e faz papel de bobo no final. Saber retirar seu batalhão da guerra no momento oportuno não é sinônimo de covardia, mas sim de auto-preservação para uma próxima batalha.

O ensinamento do Livro dos Manuais determina que os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agonia e o êxtase de sua escolha. E os que jamais foram feridos por amor, não poderão nunca dizer: “Vivi”. Porque não viveram.

Sigo aquela famosa: "Quando se tem vontade.. Dá-se um jeito". Basta querer!

Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer. A pessoa simplesmente gosta de você. O que pode ser melhor do que ser adorado por aquilo que se é, sem truques, sem jogos de sedução, sem premeditações? Neste momento eu não consigo me lembrar de nada. Apenas de uma frase de Eneas: "Não tiro ninguém da minha vida. Apenas reorganizo as posições e inverto as prioridades..."

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