segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu gosto...


“Gosto de simplicidade, mas sou do complexo!
Gosto de pessoas interessantes, que tenham história e que queiram partilhar…
Gosto de gente autentica que me olha nos olhos, que tem a capacidade de ser humano, livre, sem máscaras….
Gosto de ser inteira, não fragmentos. Gosto de ser, não de estar…
Gosto de poesia, música, cheiros… Mas, na medida certa. Tudo em demasia me enjoa…
Gosto de ser buscada, mas não perseguida, rodeada, sondada…
Gosto de surpresas, mas em sua medida…
Gosto da intensidade, sobretudo porque motiva, dá cor, ânimo…
Gosto de perceber, sentir…. Guardar, recordar….
Gosto de ser forte, principalmente quando posso ser fraca sem julgamentos…Afinal, quem nunca foi fraca(o)?
Gosto de diálogos, principalmente quando são inteligentes… Verdadeiros!
Não quero falsidade, diplomacia, boa vizinhança, acordos sem brilho nos olhos…
Não gosto dos rótulos, dos pré-conceitos, eles tiram o natural… Mudam o foco! Mascaram…
Não gosto de covardes, são pessoas que não conseguem assumir o que dizem, muito menos o que fazem…
Não gosto de cobranças, de exigências, de radicalismos… Isso é agressão, violência…
Não gosto de pressão… Relações são conquistas! No banco se pagam contas, as relações são livres!
Não gosto dos excessos, dos extremos, dos fúteis…de verborragias…
Não quero palavras bonitas sem atitudes concretas de beleza… O belo é fato, mesmo sendo relativo.
Não quero poesias apenas por diplomacia… quero ver o além…. os atos…
Não gosto de injustiças, se o oposto existe porque optar pelo erro?
Não quero multidão, quero fidelidade…
Não quero fama, quero marcas…
Não gosto de interesse, eles passam. Quero eternidade….
Não quero ser o centro… já existo e isto basta! Meus passos farão a diferença…”

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Minha Inconstância




Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.

Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.

Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.

Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.
Nem eu sou o que penso que eu sou.
Nem nós o que a gente pensa que tem.

Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar.
Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho.

Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido.

Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.

Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.

Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.
Impaciente onde você vê ousadia.
Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.

Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos.
E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.

A gota d'água


Sou cria de gente de muita personalidade, muita mesmo. E mesmo aparentando ser um anjo de candura sei que não sou. Sou sensível às coisas que o mundo me oferece de ruim, não lido bem com maldades ou atitudes diferentes das que tomaria, mas me defendo, uso as mesmas armas que usam contra mim.

Eu perdoo, eu aceito, mas guardo as atitudes das pessoas no meu coração. Sou gato escaldado e tenho medo de água fria. Eu, infelizmente, não sou tão boa. Não sou porque as coisas me magoam, e eu não sei ficar inerte a certas situações.

Ando magoada demais com alguns ditos amigos, ando me preservando demais em falar as coisas, mas todo copo d'água se muito cheio, transborda. Eu aprendi muito estando sozinha, mas algumas vezes sinto falta de coisas que eu sei que não posso mudar simplesmente por não depender de mim. Mesmo porque acredito que amizade não se cobra, mas a vida e as pessoas VIVEM me cobrando.

Eu ando cansada das pessoas, do esforço desmedido que tenho feito para continuar em certas amizades simplesmente por gratidão ou pelo tempo que elas duram, ou até mesmo por não querer ficar sozinha e virar a maluca dos gatos (apesar de preferir cachorros). Cheguei a um ponto de sensibilidade que se me chamarem de linda eu choro. 

Sim, estou bem em relação a muitas outras coisas, e agradeço a Deus por isso. Mas minha personalidade forte, que na grande maioria das vezes não fica aparente às vistas do mundo, tem pesado. Pode ser papo de carência, pode sim, pode ser que o que me falte não seja amizade em si e sim atenção. O meu mal, aquele defeito que todo mundo tem, só faz mal a mim mesma e eu tenho consciência disso, o meu mal é querer que sejam bons como eu sou, que sejam amigos como eu sou amiga. 

Eu cansei. E muito! E cansei de ser cobrada por isso, de me cobrarem ser uma pessoa que tem que estar quando querem, mas que tem que aceitar que não podem estar quando eu quero. E isso é para tudo, pra amizades, pra família, só não é pra trabalho porque não tem que ser, né;

Para terem noção, eu que não me permitia chorar por qualquer coisinha, agora ando chorando mais é por isso mesmo.... Acho que isso resume bem o meu limite, a gota d'água.

Aline Netto (Datilografia para Amadores)


...Texto simples; sincero e bem escrito em poucas palavras. E como de praxe... Me pego nesse mesmo momento, nessa mesma fase da vida. Tive que postar aqui.

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Amigos ou Amigo$ ?


Diversas vezes eu parei pra pensar e refletir sobre tais pessoas. “Tais” não por deboche, e sim porque, “quem são, afinal?” “o que querem mostrar para as pessoas?”. De tanto me perguntar, e me preocupar com a forma que eu tratava meus amigos, eu vi que trato do jeito que me dou com as coisas ao meu redor, trato de acordo com meu pensamento de justiça nas coisas. Sinceridade. É mais ou menos isso.

E estas pessoas? Essas tais? Elas eu já não sei. Não julgo de forma alguma qualquer pensamento diferente do meu, em relação à boa conduta. Mas andei percebendo que não sou “boa” o suficiente para suportar certos conceitos de amizade. Ou essa galera não sabe mais o que é cultivar amizades, ou eu estou muito equivocada.

Tenho amigas de anos, amigas estas que já briguei; já talvez tenha me decepcionado um pouco, mas que algo falou mais forte e prevaleceu a nossa conduta; que já me distanciei. Mas que sempre voltaram, sempre houve um reencontro. Uma amizade que as vezes parece enfraquecida, fria, distante. Mas que quando se renova, é calor, paixão, dengo. São pessoas que eu conheci e me apeguei. E o tempo dirá o quão boas ainda podemos ser umas pras outras e o quanto somos fortes de levar essa amizade. Isso pra mim é criar uma amizade. Um vínculo.

Ás vezes padeço nesse quesito, por pensar que amizade é ta junto pra tudo, e com todos. Em qualquer lugar, é aquela; é aquele; são esses. É nesse final de semana, e no outro, e assim vai, sem contar, sem querer saber, sem fazer idéia do tempo que se passa junto. Porque é prazeroso, é gostoso, e quanto melhor, mas divertido fica. Se você não sabe administrar suas mil e uma amizades, não as faça, simples.

Pra muita gente é difícil reconhecer seus amigos, e ás vezes por um sentimento de sei lá o que, que se passa na mente destas pessoas... Depois de reconhecerem que elas não são suas amigas, depois delas demonstrarem o quão não merecem o seu apego. Permanecem a serem chamadas de amigas. Eu não sei conviver com isso, desculpa! Aliás, até sei, mas existe um limite para isso. Como para todas as coisas nesta vida.

Eu não corto meus amigos, eu os divido. Eu os separo justamente pra poder estar sempre prestando a minha atenção e carinho, meu humor e meus momentos a todos. Partes da minha vida. Quero sempre fazer parte mesmo que de longe, mesmo que não tão presente. E quero que façam parte da minha vida também. Eu nunca esqueço nenhum. O que cada um fez por mim, e muito menos o que eu fiz por cada um, e nunca fui retribuída com a mesma intensidade. Eu também não me esqueço daqueles que nunca fizeram nada e sempre com um sorrisinho malandro achavam que estavam passando batidos. Como meus amigos.

Eu divido meus amigos, pra saber onde encontrá-los. Os amigos de fé, que nem sempre estão juntos de você... Distantes por cidade, distantes por outros relacionamentos, por outras amizades, por familiares, por compromissos, por eventualidades, por estudos, por escolha de profissões, por gostos incompatíveis (musicais, de ambientes, e etc) e assim vai. Mas isso jamais desfaz qualquer amizade, pelo contrário, é aí que se vê o quão somos pessoas libertas de preconceitos, o quanto nos abrimos pro mundo e pras coisas que estes mundos em formas de pessoas têm pra nos oferecer de bom. Amizades de verdade. Porque em mente e alma fica tudo como sempre foi. Em coração, o amor esta ali, intacto. Eu nunca gostei de encontrar meus amigos por acaso. Colegas a gente encontra por acaso, mas amigos não. Amigos a gente quase sempre sabe onde encontrar, onde vai estar. Liga; procura saber. Quer realmente saber!

As pessoas hoje em dia confundem muito um pequeno conceito de amizade. O interesse. Há duas formas de trabalhar esse conceito; essa palavra. Existe o interesse no amigo e o interesse na amizade desse amigo. O primeiro é o interesse no seu lado bom dos relacionamentos, interesse de saber como está um amigo; de cuidar, de saber da vida dele; procurar por ele; interesse em se meter, defender, e acalmar um amigo.

E há o segundo, que é o interesse no que aquela amizade daquele amigo pode proporcionar em longo prazo, ou até mesmo em curto. Nos valore$, nos lucro$, nos avanço$. Apenas nas coisas boas que se poderá aproveitar junto daquele “amigo”.


E é por isso que se requer muito cuidado! Pois amigos como no segundo exemplo, não fazem amizades, eles as escolhem. Escolhem vítimas, não pessoas. Procuram benefícios para si, e não para ambos.

Eu não sabia, mas aprendi a cultivar minhas amizades... E é preciso realmente aprender a fazer isto.

Existem também aquelas em qual só o tempo faz voltar, só Deus pode interferir. As mais valiosas das amizades... Ouvi dizer. Aquelas “destruídas” pela inveja, pela fofoca, pelo fuzuê dos outros que ás vezes pega mesmo, e só Deus pra acudir. Mas paciência, creio que, antigos brinquedos um dia serão lembrados e procurados; relembrar; voltar no tempo. E o tempo é um enigma, não tem hora, lugar, estado, nem corpo, nem alma, nem mente, e muito menos coração. Ele vai e sabe se lá quando vai voltar para dar o ar da graça, seja ela boa ou ruim. E o que nos resta sempre é esperar... Esperar o tempo, e as oportunidades, ou de consertamos estas amizades ou ir fazendo outras.