domingo, 28 de outubro de 2012

Ahhhhh!...


'O cara que pensa em você toda a hora
Que conta os segundos se você demora
Que está todo o tempo querendo te ver
Porque já não sabe ficar sem você


E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama. Esse cara sou eu!


O cara que pega você pelo braço
Esbarra em quem for que interrompa seus passos
Que está do seu lado pro que der e vier
O herói esperado por toda mulher

Por você ele encara o perigo
Seu melhor amigo. Esse cara sou eu!

O cara que ama você do seu jeito
Que depois do amor você se deita em seu peito
Te acaricia os cabelos, te fala de amor
Te fala outras coisas, te causa calor

De manhã você acorda feliz
Num sorriso que diz
Que esse cara sou eu. Esse cara sou eu!

Eu sou o cara certo pra você
Que te faz feliz e que te adora
Que enxuga seu pranto quando você chora
Esse cara sou eu. Esse cara sou eu!

O cara que sempre te espera sorrindo
Que abre a porta do carro quando você vem vindo
Te beija na boca, te abraça feliz
Apaixonado te olha e te diz
Que sentiu sua falta e reclama. Ele te ama. Esse cara sou eu!'

=') Sem palavras pra essa música... Sem mesmo!

Quando o amor vira amizade

Creio que todo casal ou não, em algum momento da relação ou do fato de estar "junto" de uma pessoa, já se perguntou: será que eu realmente amo esta pessoa ou estou com ela apenas porque já me acostumei?. Ou seja, a dúvida parece reincidir sobre dois sentimentos que aparentemente exigem posturas diferentes: amor e amizade.
Porém, creio que alguns conceitos necessitem de certa reflexão. Se podemos nos apaixonar por um amigo, supomos que amizade e amor podem ter íntima correlação. Se podemos nos tornar amigos de quem amamos, a afirmação continua valendo. Isto é, podemos acrescentar amor à amizade e amizade ao amor.

Mas por que, em muitos casos, quando uma pessoa se questiona sobre o fato do amor ter-se tornado amizade, fica a impressão de que algo se perdeu? Fica a sensação de que falta alguma coisa, de que foi subtraído da relação o mais importante? Será?
Claro que buscamos o despertar de sentimentos peculiares quando decidimos nos entregar a uma relação amorosa. Paixão, excitação e palpitação não combinam com as relações que vivemos entre amigos. Espera-se que no ‘grande encontro’ haja mais do que a paz que pode ser encontrada num ombro companheiro. Espera-se que haja desejo.

Muito bem. Isso é verdade. Mas qual é o prazo de validade da paixão? Qual é a função desse fogo que parece nos consumir e nos movimentar no auge de sua envolvência. Será possível viver nesta ardência por toda a vida? Será construtivo?
O que quero dizer, na verdade, é que a base de uma relação de amor, especialmente com o tempo, a dedicação e a construção de uma vida em comum, vai ganhando mais em amizade e permitindo que se apague, de forma saudável e necessária, o fogo da paixão. E é absolutamente preciso que seja assim, acredite!

A paixão é maravilhosa, deliciosa, imperdível e desejável, mas como fogueira vai se apagando em seu devido tempo. Fogo demais queima, machuca, dói, destrói. Fogo de menos faz falta, deixa frio, escuro, desconfortável. É preciso acertar o tom, aceitar o ritmo, embriagar-se de labaredas na medida certa... e depois, aprender a manter acesas somente as brasas. 
Mas as crenças e os romances nos enganam; deixam no ar a ilusão de que podemos estar constante e ininterruptamente apaixonados, ardendo, como se o amor se resumisse a isso. E assim, nos perdemos em desejos impossíveis. Acreditamos que falta algo nas relações duradouras. Simplesmente porque não aprendemos a apreciar a sutileza do amor. Ficamos presos e condenados à aflição que nos causa a paixão.

E o fato é que ela acaba. Ela sempre acaba. É assim, não tem jeito. Mas a gente não aceita. Busca outra e outra, nos remetendo a um vazio que nunca poderá ser preenchido senão com a delicadeza do amor. Precisamos nos deixar apaziguar, mais cedo ou mais tarde. Geralmente, mais tarde. Algumas vezes, bem mais tarde! Noutras, nunca, infelizmente.
Por isso, antes de pôr fim a uma relação que tem mais sutileza do que ardência, que lhe provoca mais paz do que desejo, pense bem. Não se deixe cair numa armadilha ardilosa e extremamente perigosa.

Não estou, de forma alguma, subestimando a importância da paixão. Ela é necessária e imperdível. Contém em si o impulso da provocação, a coragem para a entrega. Sem ela não há início, não há motivação para o nascimento do amor. A paixão rompe a terra para deixar nascer o amor, em forma de fruto.

Desejo assim, que todos nós tenhamos a oportunidade de nos envolver nas chamas da paixão. Se preciso for, até arder, doer e aprender. Para depois, enfim, valorizar a calmaria do amor. Afinal, a paixão queima e machuca enquanto que o amor aquece e acolhe... e que você descubra e usufrua do segredo contido na relação que torna-se mais parecida com amizade e menos com a angústia das paixões.

Rosana Braga (Adaptado por mim)

terça-feira, 31 de julho de 2012

Essa sou eu hoje...


Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente. Ainda estou fechando os olhos e tentando encontrar a parte mais quente das suas costas. Ainda estou com esse riso bobo na cara, matando a saudade de ter quinze anos e uma vida linda pela frente. 
Pode ser mesmo que isso passe, pode ser que amanhã eu acorde e você tenha ido embora. Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados. Zilhões. 
Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era acordar todos os dias e sentir aquele gosto de merda na boca. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas, com o seu medo de beijo na orelha e com o seu jeito de se desculpar por falar demais e balançar os pés, você acaba de me salvar.

Esse texto é pra te falar uma coisa boba. É pra te pedir que não tenha medo de mim. Sabe esses textos que eu publico aqui, falando putaria? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria que isso que eu to sentindo agora durasse mais de uma semana. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo de mim. Eu só queria que essa minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei o Bradesco, a Vivo, meus pais, o IPTU, a mulher que divide a vaga do prédio comigo, o motoqueiro que me manda ir mais para o lado, a garota que fala caipira, aquele cara que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando a cada segundo que você se desesperou pra encontrar meu brinco de coração. Você quis encontrar meu coração pequenininho no escuro. E você encontrou. 
E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros. Você é meu herói. 
Não tenha medo desse texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. E de eu ser assim e falar tudo na lata. E de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. E de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. E de eu ter ido dormir com dor na alma o final de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. E desse meu agora ser do tamanho do mundo. 
Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Ta guardado. O da canga e de todo o resto. 
Talvez você pense que não merece esse texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Algumas horas? Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza.
Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida. Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você me dando aquela flor velha, fazendo piada ruim as sete da manhã, me lendo no escuro mesmo com dor de cabeça. 

Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob´s. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo. Estrela, estrela, estrela. Zilhões de vezes.

Tati Bernardi

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Enfim, nós. E a Claudinha


Foram quatro horas e cinqüenta minutos ao meu lado. E ele vai embora feliz da vida achando que conheceu alguém legal. Foram menos de cinco horas e me dá certa pena pensar nos próximos dias, meses. Talvez anos, se ele for algum tipo de corajoso, algum tipo de masoquista. 
Eu consegui, por hoje deu tudo certo. Fui inteligente e carinhosa durante o cinema. Depois fui engraçada e um pouco mais carinhosa durante o jantar. Na minha casa eu segui conseguindo, conseguindo ser alguém com quem se quer passar um feriado em Buenos Aires. 
Mas tenho certa pena do dia de hoje, tenho certa pena de como esse dia corretinho, linear e brilhante pode ser corroído pelas chuvas, calores e sujeiras. E acabar como algo disforme, fosco e fraco. 
Eu queria que você soubesse, meu amor, que sou dessas loucas. Dessas loucas que vai te chamar de meu amor, mesmo você estando na minha vida há apenas uma semana. Dessas loucas que vai querer te matar só de pensar que, talvez, daqui cinco anos, você me troque pela Claudinha, uma menina mais nova e sem as minhas manias insuportáveis que você ainda não conhece. 
E aí, mesmo eu te conhecendo há apenas uma semana, vou te odiar pelo que vou sofrer daqui a cinco anos. E vou te odiar, sobretudo, porque daqui uma semana, quando você se apaixonar pelas minhas manias insuportáveis, eu vou acreditar que você nunca vai enjoar delas. 
Eu sou dessas malas sem alça que vai ter ciúme dos seus amigos, dessas pessoas maravilhosas que te conhecem há muito mais tempo que eu. Essas pessoas maravilhosas que serão as primeiras a saber, daqui cinco anos, que você está comendo a vaca da Claudinha. Aliás, eles que vão te apresentar a vaca da Claudinha. 
Só de pensar nessa puta da Claudinha, sabe o que eu fiz assim que você saiu da minha casa ontem? Eu liguei para o Pedro. Depois para o Ricardo. Depois para o Fábio. E deixei todos de sobreaviso: ando super carinhosa, gatos. 
No fundo, no fundo, não tenho a menor vontade de ser carinhosa com nenhum deles. Mas sou dessas idiotas covardes que quando percebem que estão gostando de alguém, resolvem gostar de vários. Só para banalizar o sentimento. Só para descentralizar a renda. Olha eu, fazendo piadinha meio de esquerda… olha eu, escrevendo meio parecido com você e dando nomes para personagens. Eu sei que gosto de alguém quando esqueço de não gostar tanto de mim. E eu gosto de você, mesmo sabendo que você gosta de mim por pouco tempo. 
Ai amor, amorzinho, amoreco, moreco. Eu odeio esses carinhos, odeio. Mas falo todos eles baixinho antes de dormir, para o espaço ao lado da cama que ninguém ocupa. E eu sou um pouco mais estranha do que ser estranha permite. Sou estranha além do charme de ser estranha. Eu sou daquele tipo bizarro, que eu nem sei direito se existe, que vai te acordar, daqui a algumas semanas, chorando como se tivesse te perdido para sempre, ainda que você nem saiba direito se fez bem ou não em dormir, logo assim de cara, na minha casa. 
Eu sou sempre cinco anos na frente, eu já começo sofrendo com o fim, eu já tiro a roupa com o gosto meio vazio de resgatar as peças pelos cantos depois. Eu vivo o luto de tudo, antes mesmo de comprar uma roupa colorida pra curtir que você foi embora ontem, lá de casa, querendo voltar. Eu sei que você quer voltar. E eu sei que serei muito feliz por cinco anos, até a puta da Claudinha aparecer. Aquela vaca. 
Pensa bem, meu amor, pensa bem. Eu sou daquele tipinho baixo de mulher. Daquele tipinho que rouba o seu celular enquanto você faz seu xixi feliz da vida, achando que conheceu alguém legal. Eu sou daquele tipinho raso, que vai xeretar seu orkut, tentando descobrir o que sua ex tinha que te fez demorar tanto para aparecer na minha vida. E vou odiar toda a sua história, e vou odiar que seus amigos sejam amigos da sua ex, e vou odiar que seus amigos vão adorar contar suas histórias do passado. E vou ficar quietinha, perdida, no canto da mesa. Querendo ligar pro Ricardo, pro Fábio e pro Pedro.
Não que eles sejam melhores do que você, porque não são. Mas eu preciso fugir de você ser tão legal. Porque você é definitivamente muito legal, tão legal que não vai agüentar e me largar daqui cinco anos. Inebriado pela mente menos complexa, pelo peito menos angustiado e pela bunda mais dura. Da Claudinha, claro. Sempre ela. 
Ainda dá tempo. Ainda dá tempo de você se libertar do meu cheiro de manga, que você gosta tanto. Ainda dá tempo de se libertar da minha neura de contar as coisas e de não encontrar razão para haver um pão pullman na fruteira. Agora tem graça, mas imagina esse mesmo cheiro de manga e essa mesma conta que soma o mundo sem nunca subtrair nenhuma tristeza daqui cinco anos? Cai fora, irmão. Cai fora. 
Não demora muito para eu começar a competir com você. E querer ser melhor que você. E querer isso justamente para que você nunca deixe de me admirar. Mas eu, mais uma vez, sem ter medida de nada, vou te sufocar com meu saquinho furado. Meu saquinho onde todo e qualquer amor ainda é pouco. Porque meu vazio é imenso. 
Já imaginou só? Já imaginou quando algum amigo seu apontar e falar: quem é aquela louca ali, berrando no meio da festa e pegando um táxi? E você vai ter de voltar sem graça, e explicar: ela se irritou porque eu peguei a última água com gás sem perguntar se ela queria. 
É isso o que você quer para a sua vida? É isso? Uma mulher que bebe refrigerante quente em pleno verão do Nordeste receosa pela procedência do gelo? Uma mulher que tem mais medo de vomitar do que de paraglider? Uma namoradinha meiga que a qualquer momento pode soltar 345 palavrões no seu ouvido só porque você tem mais coisa pra fazer da vida do que me idolatrar? 
Combinado, então? Você vai ler agora esse texto, ficar meio tristinho, afinal de contas não é todo dia que se perde uma mulher como eu, mas vai ser forte e terminar tudo. Terminar tudo e ir logo de uma vez conhecer a puta da Claudinha. Essa vaca. 
E aí, daqui uns cinco anos, quando você descobrir que mulher é tudo a mesma coisa, quando você estiver enjoado das manias insuportáveis da Claudinha, quem sabe algum amigo seu não me apresente a você. E quem sabe a gente não é feliz pra sempre?

O mau elemento


Eu olho pra sua tatuagem e pro tamanho do seu braço e pros calos da sua mão e acho que vai dar tudo certo. Me encho de esperança e nada. Vem você e me trata tão bem. Estraga tudo.

Mania de ser bom moço, coisa chata. Eu nunca mais quero ouvir que você só tem olhos pra mim, ok? E nem o quanto você é bom filho. Muito menos o quanto você ama crianças. E trate de parar com essa mania horrível de largar seus amigos quando eu ligo. Colabora, pô. Tá tão fácil me ganhar, basta fazer tudo pra me perder. E lá vem ele dizer que meu cabelo sujo tem cheiro bom. E que já que eu não liguei e não atendi, ele foi dormir. E que segurar minha mão já basta. E que ele quer conhecer minha mãe. E que viajar sem mim é um final de semana nulo. E que tudo bem se eu só quiser ficar lendo e não abrir a boca.

Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode. E aí passa a maior gostosa na rua e ele lá, idolatrando meu nariz. E aí o celular dele toca e ele, putz, perdeu a ligação porque demorou trinta mil horas pra desvencilhar os dedos do meu cabelo. Com tanto potencial pra me dar uns tapas, o moço adora me fazer carinho com a ponta dos dedos. Não dá, assim não dá. Deveria ter cadeia pra esse tipo de elemento daninho. Pior é que vicia. Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada. Veja se pode. Depois de anos servindo de "capacho", feliz da vida, e aí chega um desavisado com a coxa mais incrível do país e muda tudo. Até assoviando eu tô agora. Que desgraça.Ontem quase, quase, quase ele me tratou mal. Foi por muito pouco. Eu senti que a coisa tava vindo. Cruzei os dedos. Cheguei a implorar ao acaso. Vai, meu filho. Só um pouquinho. Me xinga, vai. Me dá uma apertada mais forte no braço. Fala de outra mulher. Atende algum amigo retardado bem na hora que eu tava falando dos meus medos. Manda eu calar a boca. Sei lá. Faz alguma coisa homem! E era piada. Era piadinha. Ele fez que tava bravo. E acabou. Já veio com o papo chato de que me ama e voltou ao normal. Eita homem pra me beijar. Gosto tanto. Minha mãe deveria me prender em casa, me proteger, sei lá. Onde já se viu andar com um homem desses? O homem me busca todas as vezes, me espera na porta, abre a porta do carro. Isso quando não me suspende no ar e fala 456 elogios em menos de cinco segundos. Pra piorar, ele ainda tem o pior dos defeitos da humanidade: ele esqueceu a ex namorada. Depois de anos me relacionando só com homens obcecados por amores antigos, agora me aparece um obcecado por mim que nem lembra direito o nome da ex. Fala se tão de sacanagem comigo ou não? Como é que eu vou sofrer numa situação dessas? Como? Me diz? Durmo que é uma maravilha. A pele está incrível. A fome voltou. A vida tá de uma maravilha ímpar. Alguém pode, por favor, me ajudar? Existe terapia pra tentar ser infeliz? Outro dia até me belisquei pra sofrer um pouquinho. Mas ele correu pra assoprar e dar beijinho.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Na tua


Calma. Espera. Deixa eu organizar o que quero dizer. Assim. Aquele domingo, lembra? Fui na tua casa e resolvi ouvir as musicas que estavam no computador. Talvez através da sua seleção de músicas eu soubesse melhor quem você é. Sei que eu comentei algo idiota sobre uma suposta vontade de me enforcar após ouvir sua listagem e você, meio brabo, grosso e arredio, disse “se você está com vontade de comer uma torta de morangos deve procurar uma confeitaria, e não um açougue” e blá-blá-blá. Tudo bem, não está mais lá quem falou.

Só que eu estou aqui. Querendo saber mais coisas remotamente pessoais sobre você sem que uma expressão de pavor cruze seu rosto. Então, com quantos anos você perdeu a virgindade? Já foi a algum show do Whitesnake? Você teve sarampo quando criança? Você foi criança um dia, não foi? Porque seus pais se separaram? Você me quer apenas como sua garota de final de semana? Eu quero mais.  


Aquele seu jeito seco e ao mesmo tempo delicado de esfregar a suas razões na minha cara. Odeio quando você está certo, coisa que acontece quase o tempo todoAlém do mais não é justo. 


Mas é que, sei lá. Isso tudo, todo esse medo do nada-acontecer ou do tudo-acontecer-rápido-demais tem me deixado cansada. Nada de mais. Você sabe montes de coisas sobre mim, muito porque sou tagarela, coleciono tiques nervosos e acho que está sempre faltando um algo mais – por que se contentar com o ótimo, se pode ficar perfeito? Vocês homens têm disso? Tipo, quando jogam videogame, desmontam motores ou fazem fogo, vocês trocam ideias, buscam saber o que o amiguinho acha a respeito disso e daquilo? Tudo bem, eu sei que não. Pode ficar aí, na tua, quieto, não se faz necessário reunir forças para mover lábios e cordas vocais para responder qualquer coisa que seja. Não quero incomodar, mas, vai, solta pelo menos um muxoxo ou me manda calar essa maldita boca.


Passear pela calçada contigo tem a mesma sensação de ir a um bom restaurante concorrido. Na sua testa está escrito RESERVADO, e eu espero de verdade que o lugar seja meu. Sabe, eu tenho adorado sentar à sua mesa e experimentar sua comida bonita, colorida, aromática, sedutora e cheia de sabor. Nunca me importei muito com a receita, os ingredientes e a forma de preparo. De todos os locais onde jantei, todas as vezes evitei descobrir ratos e baratas e outras guarnições escrotas nos bastidores daqueles idiotas. Eu não queria me decepcionar. Mas contigo é diferente. Eu preciso saber. Como vou saber se estou pisando em ovos se você não me convida para conhecer sua cozinha?



Me diz alguma coisa, vai. Me fala tudo aquilo que eu ando louca pra ouvir da sua boca. Sussurra, então. Ou me ensina a receptar telepatia, essa língua que só os inteligentes e evoluídos e incógnitos e brancas-nuvens conseguem decifrar. Porque eu já estourei minha cota de intuição. Diz que me adora, que gosta de mim, que sente saudades minhas e uma vontade insana de me ver em plena quarta-feira. Sei que não muda nada, mas eu preciso ouvir. Ou isso, ou eu pego minha bicicleta e dou o fora daqui. Agora. Sabe, não está dando muito certo, às vezes eu me sinto meio o Dick Vigarista gritando para o Mutley fazer alguma coisa. E você só olha meu desespero patético e fica rindo. E então? Como vai ser?



Desisto. Eu acho, às vezes, que seria mais produtivo perseguir pombos em praça pública. Bem, eu só queria dizer que, apesar desse seu jeito todo iceberg de ser, eu te acho um rapaz incrível. Você é o melhor ser humano entre os piores que já conheci. Ou o pior entre os melhores. Não sei. Sei que eu inexplicavelmente estou na tua e você sabe disso. Não dá bola, assim que meu ataque trevoso de angústia cessar, eu sei, não vou me importar nem um pouco se você ficar na tua, se você não ligar de me aturar falando pelos cotovelos, deitada do teu lado.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Aquele maldito silêncio


Por que casais em crise não conversam enquanto comem?



Sempre que eu vejo a cena ela me constrange: o casal come em total silêncio no restaurante, praticamente sem olhar um para o outro. Tendo passado por algumas crises de relacionamento, eu imagino que aquelas duas pessoas não têm mais nada a dividir além da conta. Elas simplesmente sentam lá, uma diante da outra, e se alimentam como se estivessem sozinhas. O que de fato estão.
Há pessoas, sobretudo mulheres, que acreditam na comunicação sem palavras. Em certos momentos mágicos, elas dizem, as pessoas apaixonadas são capazes de caminhar lado a lado, ou simplesmente estar uma com a outra, por longos períodos, sem abrir a boca. Estariam conectadas por um sentimento tão intenso que tornaria toda palavra desnecessária.
Imagino que esses momentos especiais realmente existam (fora daqueles densos minutos de silêncio depois do sexo, quando só fala quem está com urgência incontrolável de pedir um táxi para ir embora...), mas eu estou 100% seguro de que eles não acontecem ao redor da comida.

Por alguma razão ancestral, o ato de comer invoca uma felicidade gregária e primitiva, que precisa ser compartilhada por palavras – exceto quando as pessoas envolvidas já dividem uma porção invisível de tristeza, ressentimento ou profunda indiferença. Nestes casos, o silêncio se impõe de forma incontornável. Aos grupos, às famílias e, sobretudo, aos casais.

É por isso que eu, quando saio para comer, gosto de ouvir o som da voz humana vindo do outro lado da mesa. Uma mulher falando de maneira entusiasmada reafirma, para mim, várias coisas positivas ao mesmo tempo: que ela está bem, que ela continua conectada comigo e que ela e eu, juntos, ainda somos capazes de conjurar um momento de cumplicidade. É como constatar que o prato da relação não está vazio.

A comida é tão importante na vida emocional que, mesmo sem ser um grande comilão, eu posso me lembrar de vários momentos decisivos presenciados por garçons – ou transcorridos na cozinha de alguma casa.

Há brigas antigas que, anos depois, ainda me envergonham. Há a memória luminosa de diálogos carregados de sensualidade e expectativa. Há o som de uma risada que me fez querer beijar instantaneamente. Há a lembrança dos olhares e a sensação furtiva de corpos se tocando sob a mesa. Há, claro, os malditos silêncios, inúmeros, dos tantos encontros que deram errado ou das relações que esfriaram sem palavras sobre a mesa.

Quando coloco essas coisas juntas, elas parecem sugerir que comer na companhia de alguém constitui um teste de afinidade, um termômetro.

Um casal antigo que conversa com interesse na hora do jantar, mesmo diante da TV ligada, ainda deve estar na mesma sintonia. Um casal recente que divide feliz a feijoada de sábado provavelmente teve uma noite digna de ser lembrada. Um casal que sai pela primeira vez e consegue embarcar numa conversa apaixonada diante da sopa fumegante está na direção correta. Aqueles que cozinham juntos, rindo e bebendo, talvez sejam os mais felizes - provavelmente terão, depois da mesa, uma cama ainda mais gostosa.

Só não me peçam, por favor, para apreciar a magia do silêncio durante a comida. Essa percepção está reservada às mulheres profundamente intuitivas e seus parceiros sem palavras. Da minha parte, prefiro comer ouvindo uma mulher ansiosa me contando o seu dia repleto de detalhes cintilantes. Pode não ser a coisa mais misteriosa do planeta, mas é real. De alguma forma subjetiva me alimenta e me faz feliz – como um bom prato de comida, que esquenta o estômago e aquece o coração.  

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Enjoo fácil


Eu enjôo tão fácil das coisas e das pessoas. Das brincadeiras, das atitudes, dos olhares, das indiretas, dos assuntos. Principalmente, se já pisou na bola comigo alguma vez.

Não tenho paciência!! E tem coisas que me irritam, umas mais e outras menos, e quando acontece de eu me irritar várias vezes seguidas eu me afasto, eu enjôo.

Enjôoooooooo, me torra, me da preguiça, aí vou sumindo, sumindo, desapareço da terra e viro 1 telefonema a cada 3 meses.

Na amizade então...
Amizade pra mim é uma coisa gostosa, ligo não por obrigação mas por que gosto de falar, sempre escuto os problemas, mas gosto de ouvir conquistas, ninguém sofre 24 horas por dia, sim, eu escuto, mas me deixa falar também, eu também quero atenção, não só dar. Amizade é troca de carinho, não de favores.
Tenho poucas amigas que amo e serão pra sempre, não as vejo todos os dias, mas quando a gente se fala é festa, é felicidade, quando uma delas está mal eu dou meu ombro por que sei que fariam o mesmo por mim. E isso é natural, sem cobranças.
Li essa frase nesse mesmo texto que dizia assim:

“E se você me enjoar não to nem aí pra você, mesmo por que é melhor eu sumir do que vomitar na sua cara. Certo?”

E de primeira me pareceu grosseiro, estúpido, mas enfim... Quem tem a impactante sensação de sentir esse tipo de enjôo, consegue entender essa frase perfeitamente.

Acho que isso se deve muito ao fato d’eu ser extremamente eclética em quase tudo na minha vida. Gostar de tudo um pouco, ir a todos os tipos de ambientes e lugares; fazer a clássica hoje, e amanhã do nada a rústica. É uma troca de personagens. Que não enganam a ninguém, muito pelo contrário sempre todos bem sinceros. Eu gosto de diferenciar, de conhecer, de mudar os rumos ás vezes, nem que seja de pouquinho em pouquinho. Eu tenho a necessidade dessas mudanças, é por isso que vivo enjoando das pessoas, infelizmente é uma sensação que corrói quem sente, mas não tem jeito, a gente enjoa e quando nos afastamos é porque é melhor pra “boa  conduta” de ambos.

Lógico, tem sempre aquelas pessoas que estão com você até hoje, há tempos. Mas pode ter a certeza eu já enjoei em algum momento, mas foi rápido, passou. Estas são raras, mas existem.  

Nos relacionamentos uma única vez eu não consegui enjoar, e claro pra nunca mais. Desde então não consigo conviver com a mesma pessoa por muito tempo. Isso é normal? Será? Ás vezes eu enjôo depois de algum tempo de convivência, ás vezes nem tanto tempo assim, mas eu já estou enjoando, é como se eu precisasse “trocar” de pessoas ao meu redor o tempo todo!

E só eu sei a luta que é, pra continuar a sustentar sentimentos quando algo esfria pra mim.

domingo, 1 de abril de 2012

Quero ter a certeza. COM CERTEZA...


Um das grandes divergências internas que ando tendo é a do encanto. Da paixão. Do amor. Todo o resto, todas as outras áreas na minha vida vão bem, e muito bem, graças a Deus. Mas quanto ao setor das emoções, tudo anda neutro neutro. Tão leviano que chega a dar sono. Juro! 

E tem gente que vem questionar (Como sem pudessem), dizendo "Nossa, sono?! Jura? Que m* hein!". Mas então, é relativo quando se é uma opção que se escolheu, ou então um conceito diferente; outro modo de levar a vida. 

Se alguém estivesse no meu lugar talvez estivesse gostando, mas eu não. Internamente eu estou precisando suprir outras necessidades que não se resumem a beijos e estadias passageiros, não sou hotel pra hospedar e servir ninguém a hora que quiserem, e muito menos motel para enfim... 
Sou moradia fixa. E olha... Até do aluguel ando correndo. Quando eu te escolher, ou você tenha a certeza de que quer morar em mim e me compre, ou então vá pastar em outra freguesia. 

Eu não quero nada que me faça sofrer incontestavelmente. Nem quero viver por aí jorrando lágrimas por pessoas desnecessárias, esta fase já passou. Mas eu quero e preciso de um gás, aquele gás. Uma motivação, um sacode a poeira.

Todos os dias, em todos os momentos. Seja acordando ás 4:30 da manhã no escuro da madrugada indo pro curso, ou seja ás 18 da tarde no escuro da noite voltando pra casa.
Eu sempre sinto vontade de me apaixonar. Eu noto do carinha que tá segurando minha bolsa no ônibus, até aquele estranho que está parado no ponto. Noto, observo e daí vou tirando as conclusões do que quero pra mim, do que gosto ou gostaria em alguém, vou tirando traços, jeitos, atitudes... E sim, de pessoas desconhecidas muitas vezes. Talvez pessoas que eu possa nunca mais me deparar ou ver. Mas eu adoro, e é automático pra mim fazer esse tipo de coisa. 
Certos dias fica chato, eu me sinto uma retardada (risos). Por achar que está difícil demais encontrar; e conseguir ficar; e se entender e dar enfim certo de alguma forma. Mas aí, segue outro dia e eu volto a notar. Imaginar cenas bizarras e chegar a rir alto sozinha no ônibus, e em tantos outros lugares por aí. 
Quando se vive isso uma única vez, e sabe-se o quão gostoso e bom e prazeroso é, se quer mais. Mesmo que em alguns casos o sofrimento abale essa sensação maravilhosa da paixão, depois tudo volta ao normal. Como para mim de uns tempos para cá voltou. Eu definitivamente quero e acredito novamente nos sentimentos.

Exatamente! Apaixonar-me! Vontade de me apaixonar.
Viver aquela certa explosão de sentimentos. Sentir-se nas nuvens, ver tudo cor-de-rosa.
Contar os minutos, as horas para ver alguém. E estando ao seu lado, esquecer de todos os dias ruins da vida. Parece que tudo valeu a pena até ali, e que agora enfim chegou a recompensa.

Quero viver uma paixão com tanto entusiasmo como se eu nunca tivesse sofrido ou me desapontado. Quero viver uma paixão como se essa fosse a única razão de me sentir viva. Não é puro clichê, as vezes nós precisamos deste tipo de sensação. Desse misto de sensações que é se apaixonar. Temos fases nas nossas vidas que por horas são tão complexas; tão corretas; tão centradas; tão banais; tão despreocupadas; que ter uma fase de paixão, ou puro amor é preciso, é saltitante.
Em certos momentos estamos tão obcecados por algo material; uma promoção no trabalho; nos estudos; no colégio; num curso... Ou em qualquer outra coisa distinta da paixão. Que quando ela nos pega é quase arrebatador, é surpresa, você fica abobado como um pai quando fica orgulhoso de um filho. É, assim.

Me entregar de corpo e alma para minha paixão.
Quero me apaixonar sem medo e sem reservas. Quero poder ser eu mesma, quero uma paixão que me tire do sério, que me leve as nuvens, uma paixão avassaladora.
Ou que seja aquela silenciosa então... Quietinha, a paixão de poucos. Mas que seja uma!
O que importa é o prazer! Sempre! 

Quero me apaixonar, esquecer os amores que não deram certo, esquecer as frustrações, as brigas e os desentendimentos, quero esquecer todas as coisas ruins que me aconteceram. Quero me apaixonar, e o único receio que tenho é de não conseguir. Já que ando há tempos percebendo a grande falta disso na minha vida. Receio de me jogar no lugar errado, de depositar meus pensamentos em um coração e mente distantes demais de mim; da minha vista; do meu amor. E com isso o medo de ter e perder muito rápido, como é de praxe comigo. Ou até mesmo nem chegar a obter, e me perder diante disso.

E na verdade não é medo, não há medo. Parece que eu “sofro” meio que da síndrome da precaução. Essa síndrome que persegue os fortes de alma e coração. É praticamente uma regra interpessoal que algumas pessoas como eu, têm a força de vontade de adotarem para suas vidas. Que é criar em si uma bolha para se proteger, mas sim, sabendo aproveitar o mundo do lado de fora dela também. Mas mesmo assim, querendo se  proteger sempre, sabendo a sua hora nos momentos. Sabendo e vivendo para perceber nas pessoas, o que elas querem com você. O tempo inteiro. Nunca deixando rolar, nunca deixando no ar as coisas. Ou é 8 ou é 80. É tudo ou nada, ou quer ou não quer. Perceber tudo isso, antes mesmo de ser dito. 
E se por algum acaso as segundas opções acontecerem de fato. Sempre sair antes de tudo se expandir. E acabar criando proporções altas demais. 
  
Não suporto ter que esperar por respostas. EU é quem dou as respostas. Sou aquele tipo de pessoa que não consegue ficar a mercê de ninguém... A não ser quando se está apaixonada. Fora isso, não suporto! Eu gosto de ter controle, ou então apenas manter o meu em equilíbrio. Não vivo neurótica preocupada a todo momento, mas  sim, o controle é uma palavra que eu gosto de trabalhar no meu dia-a-dia. As vezes o tendo, ou não (risos).


É muita retração de idealizar demais, de criar expectativas demais, de me banhar da cabeça aos pés numa praia que não é particular e nem pretende ser... Sabe como é? Então... 

Eu preciso ter a certeza de alguém, e esse alguém de certo ter a certeza sobre mim também... Por anos, ou até mesmo por meses. Mas que seja uma certeza. Passe quanto tempo for, que acabe. Mas que eu nunca seja lembrada como um erro; um deslize; uma falha; um passatempo e principalmente indecisão. Que eu seja sempre lembrada por ele como uma das BOAS CERTEZAS de sua vida.

Marcella Rios

Eu queria me apaixonar de novo...


            Eu queria me apaixonar de novo não por o cara mais bonito da escola ou da faculdade ou do trabalho, eu queria me apaixonar por aquele cara mais tímido, aquele que fica geralmente sentando na cadeira sozinho, com o olhar absorto em alguma coisa, aquele que você venderia alguma coisa para saber o que se passa pela mente dele.

Eu queria me apaixonar de novo não pelo príncipe encantado que sempre aparece com cavalo branco... Fala sério isso é tão clichê é até difícil de acreditar ele existe – quando realmente não existe.

Eu queria me apaixonar por um cara simples, legal, que me fizesse sorrir quando lágrimas corressem por meu rosto, que me trouxesse chocolate nas minhas TPM’s, que me ajudasse a acertar quando eu estivesse errando, que tivesse defeito como todo e qualquer ser humano, que brigasse comigo quando eu quisesse ver um filme de romance justamente na hora do futebol.

Eu queria me apaixonar por um cara que não ligasse se eu estava de havaianas ou não, que me visse todos os dias de manhã e sorrindo me dissesse: “Você tá muito estranha” e me beijasse em seguida, sério! Ao menos ele seria sincero.

Sabe, eu não acredito em romances meia boca, para mim eles precisam ser práticos, diretos e verdadeiros, por isso eu me apaixonaria por aquele cara do ônibus com um sorriso bonito ou aquele que sabe que prefiro uma boa garrafa de coca-cola a flores.

Chega de romances clichês! Eu quero um romance de verdade com brigas e discussões, queria me apaixonar por um cara que me deixasse livre! Sim, livre! E que ao mesmo tempo soubesse que no final do dia era para os braços dele que eu correria.

Eu queria me apaixonar por um cara que não me entendesse por completo – esse seria gay -, nem que concordasse comigo o tempo todo – esse seria chato – que nem dissesse que me amava o tempo todo – esse seria chiclete. Eu queria me apaixonar por um cara que me olhasse nos olhos e dissesse que eu era o maior desafio da vida dele e que desvendar os meus mistérios era o maior presente que poderia ter.

Eu não preciso que diga que me ama, eu preciso que mostre que me ama.
Eu não preciso que fique no meu pé, eu preciso que diga que sente saudades.
Eu não preciso de apenas um beijo na boca, eu preciso saber o que existe por trás dele.
Eu não preciso que seja perfeito, eu preciso que seja eterno... Enquanto dure.

Ana Caroline

segunda-feira, 12 de março de 2012

Posse


Ocupo todos os cantos da cama para deixá-los fora do meu mundo. É o meu modo de esconder que na verdade eu só queria perder o cobertor para pés maiores que os meus. Dormir sozinha dá aquelas sensação de que o frio existe mesmo quando o termômetro marca 30 graus, de que os travesseiros são insuficientes e o espaço é infinito. Por dentro e por fora.

Ocupo todos os segundos do meu dia pra não deixá-los tomarem posse da solidão que cultivo como companheira. Sou dela, não tem jeito. Sou minha e não sei me dividir. Essa é só a maneira que eu aprendi a ser, porque pertencer aos outros faz doer.

Já aceitei vocês e suas cargas, suas faltas; e nada disso foi suficiente porque vocês não puderam ou não souberam me aceitar. Vocês não podem carregar o que tem aqui dentro, esse peso que eu preciso dividir pra não ficar sobrecarregada por existir. Agora não aceito mais. Não consigo aceitar nada pela metade e vocês são incompletos porque não se permitem ir além.

Não posso aceitar e dormir sozinha é quase um protesto. Não aceito. Não deixo mais ninguém me roubar de mim.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Aqui Dentro

Eu sempre tive recaídas, mas sempre respeitei o tempo das coisas na minha vida. Até por hoje, continuo aceitando o trajeto, sem desistir. Mas faz tempo que as coisas não fluem naturalmente. Faz tempo que eu não me encanto, e isso é chato. Talvez por que eu não me encante pelo que realmente desejaria. Mas ainda assim, nada anda me tocando muito. Nem ao corpo e nem a alma. Nem a cabeça e muito menos ao coração.

Eu resolvi subir tão alto, que agora fica difícil de alguém me alcançar. Eu quis o “melhor lugar”, distante de tudo e de todos, que ficou quase impossível alguém conseguir chegar aqui. Aqui é diferente, é prático, é distante, é frio, mas é frio porque eu gosto do frio, é frio porque quando chegar alguém é pra esquentar de vez. E enquanto não há ninguém capaz, eu não quero queimar nada aqui dentro de mim. Em vão. Deixa assim. Frio.

E o grande problema está aí, não há ninguém. Todos estão do lado de fora, não há ninguém definitivamente aqui dentro. Não consigo achar se é que existe, “solução” para estas coisas. Eu acredito que acontece. Que a gente não vê, que é espontâneo. E acredito porque já vivi, já senti, e muitos por aí provavelmente também já se depararam, simplesmente apaixonados. Aqui só residem lembranças passadas de pessoas que já foram um dia. E que se são lembradas demais hoje, é por falta de lembranças recentes. É por falta de gente. Gente competente!

Aqui dentro, segunda, terça, quarta, e quinta eu tenho muito que fazer. Muitos planos, muitas tarefas, muitos deveres, muitas preocupações, e tempo pra pensar nessas coisas não há. Lazer, é respirar; sorrir, um segundo se quer no meio da confusão do dia-a-dia.

Mas passou das 18 horas da sexta-feira, tudo muda. Outra pessoa passa a explorar todo esse corpo e alma, e eu entro numa crise de abstinência completamente irreconhecível. De longe parece TPM, mas raramente é.
É uma saudade. Uma falta... Uma falta de sentir falta, uma melancolia, uma tristeza de não ter ninguém aqui dentro, compartilhando do mesmo calor; mesmo ar (Olha isso? O mesmo ar!)...
Ninguém aqui dentro pra me ensinar a rir de outras coisas, que não seja as que eu já estou acostumada. Ninguém pra me mostrar uma banda nova, e uma música com a minha cara. Um novo livro; ou uma nova vida. Um novo ritmo, outros lugares. Uma viagem, onde ninguém nos conheça.

Eu vejo mil e um caras aqui dentro. Imagino cada um, em cada canto daqui e como se sairiam por aqui. Penso, fico rindo sozinha. Penso, imagino, dou gargalhadas. Seria engraçado, ver alguém aqui dentro. Logo aqui? O meu lugar, quase ninguém pisa, quase ninguém suporta o peso. As minhas bagagens sempre ocupam espaço demais, e então quem chega não vê espaço pra ficar. Não vê motivos, também. Que pena!

Seria engraçado ver alguém tentando se adequar aqui dentro. Minhas regras, meus estresses, meus cantos, minhas crises, meus humores. Seria sem graça na verdade. Por isso preciso me encantar. Me apaixonar. E só assim dará “certo”. Alguém que consiga me subestimar sem saber. Alguém que mexa com meu psicológico e com meu coração, roubando total a cena aqui dentro. Chegando com as bagagens sem pedir licença, e sem deixar espaço nem para um nécessaire minha. Tomando conta. De tudo aqui dentro.
Pra ele? De uma vez só. Pra mim? Muito aos pouquinhos. Tão pouquinhos que não se percebe.
Eu venho tentando acertar. De duas uma, ou eu estou presa aqui dentro de uma forma que eu não sei como fui parar, ou as pessoas estão preferindo amor ao ar livre. E eu não sei lidar com este.

É complicado demais, estar no lugar certo, na hora certa, no dia certo, na fase certa, no momento ideal. Isso acontece sim, mas é raro demais pra mim, na minha concepção. Vão dizer que não tem esse negócio de hora certa e lugar certo e blá blá. Mas se não isso, então a outra opção é aquela velha história que eu creio desde o início. ACONTECE. Simples e objetivo... Pra uns.

E se “acontece” não há o que fazer. Então eu escrevo, e penso, e fico rindo sozinha, e imagino, e finjo que gosto de longe pra não machucar ninguém. Brinco, danço, bebo, e não me comprometo. Ainda não chegou a minha hora. E faço amigos, hoje eu prefiro fazer amigos, mesmo que isso demore ou quase não funcione muitas vezes. Eu ainda prefiro assim. Cansei de “fazer” paixões, que hoje eu desconheço por aí. Criar afinidades estúpidas, pessoas sem chão pra pisar. E que quando pisa e vê que não tem nada, leva todo mundo pro buraco.

Já trouxe muita gente aqui para dentro que cagou na entrada e na saída também. Que entrou aqui de chinelo, e eu boba que sou não exigi que os tirasse. Conclusão, mal eu sabia que a pessoa estava com os pés todos sujos, e quando resolveu sair, fez questão de sujar tudo aqui dentro. Escondeu-se em cima de um chinelo limpo e bonito. E quando bem quis saiu pela porta da frente. Logo aqui dentro, que eu tinha demorado tanto pra renovar, limpar, e adornar, e arrumar, e enfim enfeitar, perfumar, celebrar. Ah não! Foi uma única lambança para nunca mais! Ou nem tão cedo! Faxina aqui dentro? Só das minhas próprias sujeiras. Sujeira dos outros aqui dentro eu não admito mais! Eu que não vou ficar limpando o que as pessoas fazem de errado na minha vida. Ou elas aprendem a viver decentemente, ou elas não pisam aqui.

Porque se eu não cuidar daqui. Quem vai cuidar? Ainda não apareceu o companheiro mor, que vai me ajudar a sustentar a carga, a sacudir a poeira quando for preciso, lavar tapete, botar cortina, arrumar a cama, fazer comida. Esse ainda não me ocorreu. Então, vou eu mesma tomando conta sozinha disso aqui. Isso aqui é precioso, é a única coisa que eu tenho. Que é meu de verdade. É meu espaço, é a minha vida.

Hoje já é segunda, e já estou mudando. Minha pele da alma já está mudando (risos). Estou a caminho de esquecer essa história que escrevi. De esquecer quem foi que escreveu. Mas no fundo, quando eu lê, vou reconhecer lá de longe... Quando for chegando a sexta-feira a noite novamente. E aí a outra parte de mim volta, e ela sim, irá entender com todo o sentido este texto. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu gosto...


“Gosto de simplicidade, mas sou do complexo!
Gosto de pessoas interessantes, que tenham história e que queiram partilhar…
Gosto de gente autentica que me olha nos olhos, que tem a capacidade de ser humano, livre, sem máscaras….
Gosto de ser inteira, não fragmentos. Gosto de ser, não de estar…
Gosto de poesia, música, cheiros… Mas, na medida certa. Tudo em demasia me enjoa…
Gosto de ser buscada, mas não perseguida, rodeada, sondada…
Gosto de surpresas, mas em sua medida…
Gosto da intensidade, sobretudo porque motiva, dá cor, ânimo…
Gosto de perceber, sentir…. Guardar, recordar….
Gosto de ser forte, principalmente quando posso ser fraca sem julgamentos…Afinal, quem nunca foi fraca(o)?
Gosto de diálogos, principalmente quando são inteligentes… Verdadeiros!
Não quero falsidade, diplomacia, boa vizinhança, acordos sem brilho nos olhos…
Não gosto dos rótulos, dos pré-conceitos, eles tiram o natural… Mudam o foco! Mascaram…
Não gosto de covardes, são pessoas que não conseguem assumir o que dizem, muito menos o que fazem…
Não gosto de cobranças, de exigências, de radicalismos… Isso é agressão, violência…
Não gosto de pressão… Relações são conquistas! No banco se pagam contas, as relações são livres!
Não gosto dos excessos, dos extremos, dos fúteis…de verborragias…
Não quero palavras bonitas sem atitudes concretas de beleza… O belo é fato, mesmo sendo relativo.
Não quero poesias apenas por diplomacia… quero ver o além…. os atos…
Não gosto de injustiças, se o oposto existe porque optar pelo erro?
Não quero multidão, quero fidelidade…
Não quero fama, quero marcas…
Não gosto de interesse, eles passam. Quero eternidade….
Não quero ser o centro… já existo e isto basta! Meus passos farão a diferença…”

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Minha Inconstância




Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.

Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.

Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.

Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.
Nem eu sou o que penso que eu sou.
Nem nós o que a gente pensa que tem.

Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar.
Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho.

Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido.

Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.

Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.

Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.
Impaciente onde você vê ousadia.
Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.

Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos.
E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.

A gota d'água


Sou cria de gente de muita personalidade, muita mesmo. E mesmo aparentando ser um anjo de candura sei que não sou. Sou sensível às coisas que o mundo me oferece de ruim, não lido bem com maldades ou atitudes diferentes das que tomaria, mas me defendo, uso as mesmas armas que usam contra mim.

Eu perdoo, eu aceito, mas guardo as atitudes das pessoas no meu coração. Sou gato escaldado e tenho medo de água fria. Eu, infelizmente, não sou tão boa. Não sou porque as coisas me magoam, e eu não sei ficar inerte a certas situações.

Ando magoada demais com alguns ditos amigos, ando me preservando demais em falar as coisas, mas todo copo d'água se muito cheio, transborda. Eu aprendi muito estando sozinha, mas algumas vezes sinto falta de coisas que eu sei que não posso mudar simplesmente por não depender de mim. Mesmo porque acredito que amizade não se cobra, mas a vida e as pessoas VIVEM me cobrando.

Eu ando cansada das pessoas, do esforço desmedido que tenho feito para continuar em certas amizades simplesmente por gratidão ou pelo tempo que elas duram, ou até mesmo por não querer ficar sozinha e virar a maluca dos gatos (apesar de preferir cachorros). Cheguei a um ponto de sensibilidade que se me chamarem de linda eu choro. 

Sim, estou bem em relação a muitas outras coisas, e agradeço a Deus por isso. Mas minha personalidade forte, que na grande maioria das vezes não fica aparente às vistas do mundo, tem pesado. Pode ser papo de carência, pode sim, pode ser que o que me falte não seja amizade em si e sim atenção. O meu mal, aquele defeito que todo mundo tem, só faz mal a mim mesma e eu tenho consciência disso, o meu mal é querer que sejam bons como eu sou, que sejam amigos como eu sou amiga. 

Eu cansei. E muito! E cansei de ser cobrada por isso, de me cobrarem ser uma pessoa que tem que estar quando querem, mas que tem que aceitar que não podem estar quando eu quero. E isso é para tudo, pra amizades, pra família, só não é pra trabalho porque não tem que ser, né;

Para terem noção, eu que não me permitia chorar por qualquer coisinha, agora ando chorando mais é por isso mesmo.... Acho que isso resume bem o meu limite, a gota d'água.

Aline Netto (Datilografia para Amadores)


...Texto simples; sincero e bem escrito em poucas palavras. E como de praxe... Me pego nesse mesmo momento, nessa mesma fase da vida. Tive que postar aqui.

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Amigos ou Amigo$ ?


Diversas vezes eu parei pra pensar e refletir sobre tais pessoas. “Tais” não por deboche, e sim porque, “quem são, afinal?” “o que querem mostrar para as pessoas?”. De tanto me perguntar, e me preocupar com a forma que eu tratava meus amigos, eu vi que trato do jeito que me dou com as coisas ao meu redor, trato de acordo com meu pensamento de justiça nas coisas. Sinceridade. É mais ou menos isso.

E estas pessoas? Essas tais? Elas eu já não sei. Não julgo de forma alguma qualquer pensamento diferente do meu, em relação à boa conduta. Mas andei percebendo que não sou “boa” o suficiente para suportar certos conceitos de amizade. Ou essa galera não sabe mais o que é cultivar amizades, ou eu estou muito equivocada.

Tenho amigas de anos, amigas estas que já briguei; já talvez tenha me decepcionado um pouco, mas que algo falou mais forte e prevaleceu a nossa conduta; que já me distanciei. Mas que sempre voltaram, sempre houve um reencontro. Uma amizade que as vezes parece enfraquecida, fria, distante. Mas que quando se renova, é calor, paixão, dengo. São pessoas que eu conheci e me apeguei. E o tempo dirá o quão boas ainda podemos ser umas pras outras e o quanto somos fortes de levar essa amizade. Isso pra mim é criar uma amizade. Um vínculo.

Ás vezes padeço nesse quesito, por pensar que amizade é ta junto pra tudo, e com todos. Em qualquer lugar, é aquela; é aquele; são esses. É nesse final de semana, e no outro, e assim vai, sem contar, sem querer saber, sem fazer idéia do tempo que se passa junto. Porque é prazeroso, é gostoso, e quanto melhor, mas divertido fica. Se você não sabe administrar suas mil e uma amizades, não as faça, simples.

Pra muita gente é difícil reconhecer seus amigos, e ás vezes por um sentimento de sei lá o que, que se passa na mente destas pessoas... Depois de reconhecerem que elas não são suas amigas, depois delas demonstrarem o quão não merecem o seu apego. Permanecem a serem chamadas de amigas. Eu não sei conviver com isso, desculpa! Aliás, até sei, mas existe um limite para isso. Como para todas as coisas nesta vida.

Eu não corto meus amigos, eu os divido. Eu os separo justamente pra poder estar sempre prestando a minha atenção e carinho, meu humor e meus momentos a todos. Partes da minha vida. Quero sempre fazer parte mesmo que de longe, mesmo que não tão presente. E quero que façam parte da minha vida também. Eu nunca esqueço nenhum. O que cada um fez por mim, e muito menos o que eu fiz por cada um, e nunca fui retribuída com a mesma intensidade. Eu também não me esqueço daqueles que nunca fizeram nada e sempre com um sorrisinho malandro achavam que estavam passando batidos. Como meus amigos.

Eu divido meus amigos, pra saber onde encontrá-los. Os amigos de fé, que nem sempre estão juntos de você... Distantes por cidade, distantes por outros relacionamentos, por outras amizades, por familiares, por compromissos, por eventualidades, por estudos, por escolha de profissões, por gostos incompatíveis (musicais, de ambientes, e etc) e assim vai. Mas isso jamais desfaz qualquer amizade, pelo contrário, é aí que se vê o quão somos pessoas libertas de preconceitos, o quanto nos abrimos pro mundo e pras coisas que estes mundos em formas de pessoas têm pra nos oferecer de bom. Amizades de verdade. Porque em mente e alma fica tudo como sempre foi. Em coração, o amor esta ali, intacto. Eu nunca gostei de encontrar meus amigos por acaso. Colegas a gente encontra por acaso, mas amigos não. Amigos a gente quase sempre sabe onde encontrar, onde vai estar. Liga; procura saber. Quer realmente saber!

As pessoas hoje em dia confundem muito um pequeno conceito de amizade. O interesse. Há duas formas de trabalhar esse conceito; essa palavra. Existe o interesse no amigo e o interesse na amizade desse amigo. O primeiro é o interesse no seu lado bom dos relacionamentos, interesse de saber como está um amigo; de cuidar, de saber da vida dele; procurar por ele; interesse em se meter, defender, e acalmar um amigo.

E há o segundo, que é o interesse no que aquela amizade daquele amigo pode proporcionar em longo prazo, ou até mesmo em curto. Nos valore$, nos lucro$, nos avanço$. Apenas nas coisas boas que se poderá aproveitar junto daquele “amigo”.


E é por isso que se requer muito cuidado! Pois amigos como no segundo exemplo, não fazem amizades, eles as escolhem. Escolhem vítimas, não pessoas. Procuram benefícios para si, e não para ambos.

Eu não sabia, mas aprendi a cultivar minhas amizades... E é preciso realmente aprender a fazer isto.

Existem também aquelas em qual só o tempo faz voltar, só Deus pode interferir. As mais valiosas das amizades... Ouvi dizer. Aquelas “destruídas” pela inveja, pela fofoca, pelo fuzuê dos outros que ás vezes pega mesmo, e só Deus pra acudir. Mas paciência, creio que, antigos brinquedos um dia serão lembrados e procurados; relembrar; voltar no tempo. E o tempo é um enigma, não tem hora, lugar, estado, nem corpo, nem alma, nem mente, e muito menos coração. Ele vai e sabe se lá quando vai voltar para dar o ar da graça, seja ela boa ou ruim. E o que nos resta sempre é esperar... Esperar o tempo, e as oportunidades, ou de consertamos estas amizades ou ir fazendo outras.