Um das grandes divergências internas que ando
tendo é a do encanto. Da paixão. Do amor. Todo o resto, todas as outras áreas
na minha vida vão bem, e muito bem, graças a Deus. Mas quanto ao setor das
emoções, tudo anda neutro neutro. Tão leviano que chega a dar sono. Juro!
E
tem gente que vem questionar (Como sem pudessem), dizendo "Nossa, sono?!
Jura? Que m* hein!". Mas então, é relativo quando se é uma opção que
se escolheu, ou então um conceito diferente; outro modo de levar a vida.
Se
alguém estivesse no meu lugar talvez estivesse gostando, mas eu não.
Internamente eu estou precisando suprir outras necessidades que não se resumem
a beijos e estadias passageiros, não sou hotel pra hospedar e servir ninguém a
hora que quiserem, e muito menos motel para enfim...
Sou
moradia fixa. E olha... Até do aluguel ando correndo. Quando eu te escolher, ou
você tenha a certeza de que quer morar em mim e me compre, ou então vá pastar
em outra freguesia.
Eu não quero nada que me faça sofrer
incontestavelmente. Nem quero viver por aí jorrando lágrimas por pessoas
desnecessárias, esta fase já passou. Mas eu quero e preciso de um gás, aquele
gás. Uma motivação, um sacode a poeira.
Todos os dias, em todos os momentos. Seja
acordando ás 4:30 da manhã no escuro da madrugada indo pro curso, ou seja ás 18
da tarde no escuro da noite voltando pra casa.
Eu sempre sinto vontade de me apaixonar. Eu
noto do carinha que tá segurando minha bolsa no ônibus, até aquele estranho que
está parado no ponto. Noto, observo e daí vou tirando as conclusões do que
quero pra mim, do que gosto ou gostaria em alguém, vou tirando traços, jeitos,
atitudes... E sim, de pessoas desconhecidas muitas vezes. Talvez pessoas que eu
possa nunca mais me deparar ou ver. Mas eu adoro, e é automático pra mim fazer
esse tipo de coisa.
Certos dias fica chato, eu me sinto uma
retardada (risos). Por achar que está difícil demais encontrar; e conseguir
ficar; e se entender e dar enfim certo de alguma forma. Mas aí, segue outro dia
e eu volto a notar. Imaginar cenas bizarras e chegar a rir alto sozinha no
ônibus, e em tantos outros lugares por aí.
Quando se vive isso uma única vez, e sabe-se
o quão gostoso e bom e prazeroso é, se quer mais. Mesmo que em alguns casos o
sofrimento abale essa sensação maravilhosa da paixão, depois tudo volta ao
normal. Como para mim de uns tempos para cá voltou. Eu definitivamente quero e
acredito novamente nos sentimentos.
Exatamente! Apaixonar-me! Vontade de me
apaixonar.
Viver aquela certa explosão de sentimentos.
Sentir-se nas nuvens, ver tudo cor-de-rosa.
Contar os minutos, as horas para ver alguém.
E estando ao seu lado, esquecer de todos os dias ruins da vida. Parece que tudo
valeu a pena até ali, e que agora enfim chegou a recompensa.
Quero viver uma paixão com tanto entusiasmo
como se eu nunca tivesse sofrido ou me desapontado. Quero viver uma paixão como
se essa fosse a única razão de me sentir viva. Não é puro clichê, as vezes nós
precisamos deste tipo de sensação. Desse misto de sensações que é se apaixonar.
Temos fases nas nossas vidas que por horas são tão complexas; tão corretas; tão
centradas; tão banais; tão despreocupadas; que ter uma fase de paixão, ou puro
amor é preciso, é saltitante.
Em certos momentos estamos tão obcecados por
algo material; uma promoção no trabalho; nos estudos; no colégio; num curso...
Ou em qualquer outra coisa distinta da paixão. Que quando ela nos pega é quase
arrebatador, é surpresa, você fica abobado como um pai quando fica orgulhoso de
um filho. É, assim.
Me entregar de corpo e alma para minha paixão.
Quero me apaixonar sem medo e sem reservas.
Quero poder ser eu mesma, quero uma paixão que me tire do sério, que me leve as
nuvens, uma paixão avassaladora.
Ou que seja aquela silenciosa então...
Quietinha, a paixão de poucos. Mas que seja uma!
O que importa é o prazer! Sempre!
Quero me apaixonar, esquecer os amores que
não deram certo, esquecer as frustrações, as brigas e os desentendimentos,
quero esquecer todas as coisas ruins que me aconteceram. Quero me apaixonar, e
o único receio que tenho é de não conseguir. Já que ando há tempos percebendo a
grande falta disso na minha vida. Receio de me jogar no lugar errado, de
depositar meus pensamentos em um coração e mente distantes demais de mim; da
minha vista; do meu amor. E com isso o medo de ter e perder muito rápido, como
é de praxe comigo. Ou até mesmo nem chegar a obter, e me perder diante disso.
E na verdade não é medo, não há medo. Parece
que eu “sofro” meio que da síndrome da precaução. Essa síndrome que persegue os
fortes de alma e coração. É praticamente uma regra interpessoal que algumas
pessoas como eu, têm a força de vontade de adotarem para suas vidas.
Que é criar em si uma bolha para se proteger, mas sim, sabendo aproveitar o
mundo do lado de fora dela também. Mas mesmo assim, querendo se proteger
sempre, sabendo a sua hora nos momentos. Sabendo e vivendo para perceber nas
pessoas, o que elas querem com você. O tempo inteiro. Nunca deixando rolar,
nunca deixando no ar as coisas. Ou é 8 ou é 80. É tudo ou nada, ou quer ou não
quer. Perceber tudo isso, antes mesmo de ser dito.
E se por algum acaso as segundas opções
acontecerem de fato. Sempre sair antes de tudo se expandir. E acabar criando
proporções altas demais.
Não suporto ter que esperar por respostas. EU
é quem dou as respostas. Sou aquele tipo de pessoa que não consegue ficar a
mercê de ninguém... A não ser quando se está apaixonada. Fora isso, não
suporto! Eu gosto de ter controle, ou então apenas manter o meu em
equilíbrio. Não vivo neurótica preocupada a todo momento, mas sim, o controle é uma palavra que eu gosto de trabalhar no meu dia-a-dia. As vezes o tendo, ou não (risos).
É muita retração de idealizar demais, de
criar expectativas demais, de me banhar da cabeça aos pés numa praia que não é
particular e nem pretende ser... Sabe como é? Então...
Eu preciso ter a certeza de alguém, e esse
alguém de certo ter a certeza sobre mim também... Por anos, ou até mesmo por
meses. Mas que seja uma certeza. Passe quanto tempo for, que acabe. Mas que eu
nunca seja lembrada como um erro; um deslize; uma falha; um passatempo e
principalmente indecisão. Que eu seja sempre lembrada por ele como uma das BOAS
CERTEZAS de sua vida.
Marcella Rios