terça-feira, 29 de novembro de 2011

Minissérie

E tudo anda perfeitamente bem. Ele estava pra chegar, naquele mesmo lugar, onde na semana passada se conheceram, e ficaram e se “apaixonaram” de antemão. Uma química na qual ela não sentia fazia tempos. Não parecia amor, e nem cilada, era tipo um intervalo de tantas inquietações amorosas. Era uma coisa daquelas que chega pra te deixar estável, segura. Mas sem bagagens.

Chegou, e já havia certa intimidade. Muitas ligações e muitas sms's dele durante as madrugadas de uma semana inteira. Muito carinho e muita importância. Era tudo que ela estava precisando.

Ela passava por uma fase que pode-se ser comparada á uma TV e suas programações. Chega de novelas e suas histórias que já começam na infelicidade de "alguéns". Ela queria uma minissérie no ar dessa vez. E não uma história "daquelas". Chega destas histórias por esse mês. Essas histórias profundas demais que sempre tem que haver um porque, um começo, meio, fim, explicações do tipo eternas.

Minissérie tem uma espécie de livre arbítrio. Começa do nada na sua TV. Entra sem pedir licença na programação, chega chegando e muita vezes vira foco. Diverte as pessoas de diversas formas, e quando acha que já deu, sai do ar. Assim. Do nada. Sem explicações. Ninguém nunca sabe se ela vai voltar pra programação ou não. Ela tem esse direito. E era isso que aquela mulher queria. Naquele auge da vida. Uma minissérie. Com tanto que não virasse fã numero 1. Tudo ótimo.

Era pouco tempo, pra tanta coisa. Era pouco tempo pra tanto apego. Era pouco tempo e tudo já estava se encaixando. Era pouco tempo e ele já não parava de ligar. E ela pela primeira vez, gostou, mas seu coração não sentiu a grande necessidade de sempre de mostrar isso a céus e mares. Calou. Sentiu e calou. E isso sem esforço algum. Foi tudo automático e espontâneo.

E ela sorria. Não podia acreditar naquilo que estava se passando. Um cara daqueles, do jeito que ela gostava (um dos). Deixando transbordar paixão por ela e ela simplesmente sentindo e vivendo, e não sofrendo e vivendo. Não havia melancolia, e nem muita saudade, e sim apego. Somente. E toda vez que lembrava e sentia esse “poder” nas mãos. Esse poder, que não é de sentir superior a ele, e sim de se sentir superior a seu próprio coração sem precisar de dores ou de cortes. Ah! Ela sorria.

Uma certa satisfação de estar apaixonada sem ter que sair correndo. Ou sem medo daquele cara correr pra longe. Sumir do mapa. Esse medo nela não se fazia presente pela primeira vez em sua vida.

E ela nem sabe se isso vai durar. Mas não está nem aí! Como se foi apresentado... Essa paixão pode ir embora e pode voltar a hora que quiser. Mas sem adeus. Sem certezas, sem decisões, sem armaduras, sem discórdias, sem tapas e lamentações. Sem avisos. Só com um beijo, sexo e tchau.


Nenhum comentário:

Postar um comentário